Vídeo Índio Brasil (VIB) divulga produções audiovisuais selecionadas

31/07/2010 14:18

Vídeo Índio Brasil (VIB) divulga

produções audiovisuais selecionadas


O Vídeo Índio Brasil está em sua terceira edição e desta vez vai contemplar mais de cem cidades brasileiras. Desde 2008 é realizado em Mato Grosso do Sul, estado com a segunda maior população indígena do país, tendo Campo Grande como cidade sede. Para apresentar o projeto aos novos municípios (ver mapa em anexo), a curadoria do VIB optou por unir produções importantes, que já estiveram na mostra audiovisual em edições passadas, mais filmes inéditos selecionados entre as 80 inscrições recebidas neste ano. Para as cidades de MS, que já vêm realizando o Vídeo Índio Brasil - Campo Grande, Bonito, Dourados, Coxim e Caarapó - uma mostra especial será exibida, só com inéditos.

 

A curadoria do Vídeo Índio Brasil 2010 foi composta por Luana Salomão, produtora cultural; Pedro Ortale, produtor cultural; Bruno Ricartes, antropólogo; Gilmar Galache, representante indígena e designer; Oscar Rocha, jornalista e crítico de cinema e Michelle Rossi, jornalista. Foram selecionados longas e curtas-metragens nas categorias documentário, ficção e animação, compondo uma diversidade de produções realizadas por índios e não índios que mostram, por meio do audiovisual, peculiaridades das culturas indígenas de todo o país.

 

A programação de abertura para o Brasil e MS, no entanto, será a mesma. São duas produções: “Já me transformei em imagem”, de Zezinho Yube e “De volta à terra boa”, de Vincent Carelli, ambas do Vídeo nas Aldeias. O primeiro filme conta com a participação do povo Hunikui (Kaxinawá), do Acre, que relata a importância do registro audiovisual para a perpetuação da história da etnia - do tempo do contato, o cativeiro nos seringais até o trabalho atual com o vídeo. Outra produção que compõe a abertura, “De volta à terra boa”, é um registro sobre os Panará que narram a trajetória do reencontro de seu povo com seu território original, desde o primeiro contato com o homem branco, em 1973, passando pelo exílio no Parque do Xingu (MT) até a luta e reconquista da posse de suas terras.

 

Os inéditos selecionados, tanto para a nacional quanto para a mostra em Mato Grosso do Sul, incluem “Mokoi tekoá petei jeguatá – duas aldeias, uma caminhada”, de Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites (Vídeo Nas Aldeias) sobre o cotidiano de duas comunidades Guarani na região sul do Brasil, unidas pela mesma história. Sem matas para caçar e sem terras para plantar eles dependem da venda de artesanato nas cidades para sobreviver. “Porahey” é outra produção selecionada: fruto da oficina do projeto Ava Marandu, com a etnia Guarani, traz recortes do universo da aldeia Te’yikue localizada em Caarapó (MS).     

Entre os filmes que traçam um painel das edições anteriores do Vídeo Índio Brasil, estão “Terra vermelha”, ficção de Marcos Bechis sobre o conflito de terras dos Guarani-Kaiowá, em territórios indígenas de Mato Grosso do Sul. “Corumbiara”, de Vincent Carelli, premiado documentário brasileiro, vencedor do Kikito no Festival de Gramado 2009, denuncia o massacre dos índios na Gleba Corumbiara – os Akuntsu e Kanoê (Rondônia). Carelli filma o que resta das evidências e revela a versão dos índios, duas décadas depois.

Debates e Seminário - A terceira edição do Vídeo Índio Brasil (VIB) vai contemplar cidades de todos os estados brasileiros. O festival acontece de 31 de julho a 07 de agosto de 2010 e, além da exibição dos filmes anunciados, as cidades brasileiras terão debates sobre questões indígenas e conteúdo das produções exibidas. Em Campo Grande, haverá a realização do Seminário “A Imagem dos Povos Indígenas no Século 21” para discutir as novas tecnologias da comunicação e o espaço que o índio tem na mídia brasileira. Também na Capital de Mato Grosso do Sul acontecerá a oficina de audiovisual direcionada apenas a índios. Desde a primeira edição do VIB a oficina vem sendo realizada.