Moçambique oferece concessão de terras a agricultores brasileiros

16/08/2011 11:58

Moçambique oferece concessão

de terras a agricultores brasileiros

"Os agricultores brasileiros têm experiência acumulada que é muito bem-vinda. Queremos repetir em Moçambique o que fizeram no cerrado há 30 anos", disse o ministro da Agricultura moçambicano.

Africa 21

Brasília - O governo de Moçambique ofereceu a concessão de 6 milhões de hectares de terras a agricultores brasileiros para o plantio de soja, milho e algodão, informou, domingo (14), jornal "Folha de S.Paulo".

"Os agricultores brasileiros têm experiência acumulada que é muito bem-vinda. Queremos repetir em Moçambique o que fizeram no cerrado há 30 anos", disse o ministro da Agricultura moçambicano, José Pacheco, em declarações ao jornal.

Moçambique colocou à disposição do Brasil 6 milhões de hectares em quatro estados do norte do país, para explorá-las em regime de concessão por 50 anos, mediante o pagamento de imposto de R$ 21 ao ano (cerca de 9 euros) por hectare, disse Pacheco. As terras estão nas províncias do Niassa, Cabo Delgado, e Nampula, no norte do país, e na Zambézia, província na região centro.

A condição imposta pelo Governo moçambicano para oferecer as terras baratas é que seja contratada no país africano ao menos 90% da mão-de-obra.

Segundo a "Folha", a primeira leva de 40 agricultores brasileiros vai viajar em setembro a Moçambique para implantar em terras das províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambezia. 

Moçambique também vai dar outras facilidades aos brasileiros, como isenção de impostos para a importação de máquinas e equipamentos agrícolas.

O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, Carlos Ernesto Augustin, disse à "Folha" que as terras moçambicanas são muito semelhantes às do interior do Brasil, com a vantagem do preço e da facilidade de obter licenças ambientais.

"Moçambique é um Mato Grosso no meio da África, com terras de graça, sem tantos impedimentos ambientais, com o (custo) do frete à China muito mais barato (...) Hoje, além da terra estar caríssima no Mato Grosso, é impossível obter licença de desmatamento e limpeza de área", declarou Augustin, citado pela Folha.